Carta pastoral nº 049 de 2022

ASSUNTO: Abertura do Ano Missionário da Igreja Particular de Porto Velho – RO 2023.

Saúdo os nossos presbíteros, diáconos, religiosos(as), membros da vida consagrada, seminaristas, leigos(as), comunidades eclesiais, agentes de pastorais, missionários(as), todos(as) os(as) batizados(as) e pessoas de boa vontade.

Irmãos e irmãs em Cristo Jesus, sabemos que a ação evangelizadora da nossa Igreja Centenária nos convida a participar com Cristo no protagonismo missionário. Convoco toda nossa Igreja de Porto Velho a ir ao encontro de todos(as) os(as) batizados(as) e pessoas de boa vontade, sem proselitismos e sim por atração. Assim, passando da tentação de pastoral da conservação para constantemente missionária (EG 12-15).

Esse caminho missionário dentro de nosso Centenário se constrói sinodalmente, com a “disposição amorosa e missionária, na oração, escuta e diálogo” (PP pág. 5). As causas das dores e sofrimentos de nossos povos ribeirinhos, seringueiros, indígenas, migrantes, e pessoas em vulnerabilidade social da capital ou interior, nos provoca a discernir e propor novas respostas missionárias, junto ao povo de Deus. Essa dinâmica irreversível do Concílio Vaticano II nos impele ao gesto de inclinar-se do lava-pés (Jo 13, 1-20), fazendo nossa Igreja mais missionária, evangélica e próxima, pois ela aprenderá a se evolver, acompanhar, justificar e festejar cada passo e alegria desse processo missionário (EG 24).

Queremos criar processos com força missionária “misericordeando” com nossas palavras, gestos e atitudes do itinerário missionário-eucarístico de 2023. “Primeirear”, tomar a iniciativa (EG24) com nossas comunidades fará nossa Igreja madura, partindo de baixo, para conhecer as causas e não a superficialidade dos sintomas. O nosso clero e laicato construindo o compromisso dessa opção eclesiológica madura do povo de Deus. Essa convicção trará consequências pastorais, para oferecer o remédio da misericórdia às enfermidades de nossa sociedade.

A nossa proposta não estará em cumprir esquemas pastorais ou doutrinários (EG 22) e sim com a boa notícia de Jesus, sendo igreja que sai para evangelizar (EG 4). Comunicar o evangelho com alegria a partir da vida do nosso povo, evitando a tentação dos esquemas e queixas (EG 7).

“Pensar nossa ação missionária será pôr um olhar ou um pé no passado, na história, e outro no futuro, provocados pelas interpelações dos sinais dos tempos” (M. 19 PP.).

Essa afirmação do nosso plano de pastoral missionário nos provoca, com o nosso rosto plural amazônico, a superarmos o obstáculo do cômodo para iniciar processos comunitários (EG 14). Sejam as nossas características: progredir apostólico à luz do Espírito Santo,

conversão missionária, descentralização de si mesmo e novos “insights”, saindo do sempre foi assim (EG 33).

Portanto, possamos neste ano missionário e centenário criar processos prudentes e pacientes do crescimento evangélico nas nossas comunidades. A nossa metodologia “em saída” seja o modo de proceder comprometido com a missionaridade do rosto poliédrico amazônico. A coragem e a ousadia de criar os caminhos missionários, assumindo uma proposta eclesial de escutar, estar e agir com o clamor dos pobres de nossa terra.

Sonhemos uma igreja sem ostentação, para usar o avental do lava-pés (Jo. 13, 1-20) e curar os feridos reais e existenciais (Lc. 10, 25-37).

Como Irmão, Servo e Pastor desta Igreja Particular, declaro aberto o Ano missionário da nossa querida Arquidiocese, com início no dia 31 de dezembro de 2022 e encerramento no dia 31 de dezembro de 2023.

Lembremos que o centenário de nossa Igreja será um tempo de graça e expressão de um novo caminhar juntos. Que todos nós estejamos bem envolvidos na participação e colaboração. Confiantes, entregamos este caminho celebrativo jubilar (2022 – 2025) à proteção materna da Virgem Maria, Auxiliadora dos Cristãos.

Que o Espírito Santo nos impulsione!

Contando com sua comunhão e amizade, minha estima e bênção.

Porto Velho – RO, 25 de novembro de 2022.