Dia da Vocação à Vida Consagrada

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria

Dia da Vocação à Vida Consagrada

“A minha alma engrandece o Senhor,

e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46).

Estimados irmãos e irmãs,

Paz e Bem!

Estamos no terceiro domingo do mês vocacional e, juntamente com esta importante Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, celebramos a vocação à Vida Consagrada.

A solenidade da Assunção de Maria ao céu, em corpo e alma, como afirmou o Papa Bento XVI, é um privilégio divino concedido à santa Mãe de Deus pela sua particular união com Jesus. Trata-se de uma união corporal e espiritual, que teve início com a anunciação e amadureceu em toda a vida de Maria através da sua participação singular no mistério do Filho, ela que foi a sua primeira discípula.

Hoje a Igreja nos convida a contemplar esse mistério e devemos nos perguntar o que é que a Assunção de Maria confere ao caminho de fé do cristão? Em primeiro lugar, esse mistério manifesta e confirma a unidade da pessoa humana e recorda que somos chamados a servir e glorificar Deus com todo o nosso ser, corpo e alma.

Em segundo lugar, a assunção de Maria, criatura humana, dá-nos a confirmação de qual será o nosso destino glorioso, mostrando que Deus quer salvar a pessoa inteira.

Em terceiro lugar, celebrar a Assunção de Nossa Senhora é celebrar a esperança cristã, que é certa: não caminhamos no vazio, Deus espera por cada um de nós para nos acolher num abraço de Pai. E, quando chegar a nossa hora, encontraremos a bondosa Mãe, encontraremos os nossos, encontraremos o Amor eterno. Esta é a nossa grandiosa esperança que nasce precisamente desta festa.

E, como não há melhor modelo de vida totalmente doada a Deus por amor do que a vida de Maria, a Igreja celebra juntamente com a festa da Assunção a vocação daqueles e daquelas chamados à Vida Consagrada.

            Deus chamou e continua a chamar para a Vida Consagrada pessoas de nossas famílias. Elas são chamadas a viver a vocação batismal com dedicação exclusiva de sua vida a Deus e a serviço da comunidade, pois, como diz a canção do pe. Zezinho: É do meio do povo que Deus chama e é para o meio do povo que ele envia.

            A vida religiosa consagrada é uma maneira de servir a Deus dentro de uma congregação ou comunidade religiosa, consagrando-se a Ele através dos votos religiosos de pobreza, castidade e obediência. Ou seja, a Vida Consagrada é chamada a ser sinal escatológico do Reino de Deus num mundo fortemente marcado pela dinâmica de morte do ser, do ter e do poder.

A missão da Irmã, do irmão; da religiosa e do religioso é ser testemunho de comunhão diante de um mundo individualista. É de ser profeta, anunciando o bem e denunciando toda forma de injustiça. É assumir uma postura de vida que faz a diferença no mundo.

Por tudo isso, quero agradecer a Deus pela vocação à Vida Consagrada e, de forma particular, quero agradecer a cada religiosa e religioso, aos consagrados e consagradas presentes na Arquidiocese de Porto Velho que, através de seus mais diversos carismas: educação, saúde, comunicação, pastoral, oração, assistência social com pobres, idosos, pessoas com deficiência e assim por diante, servem a Deus gastando suas vidas por amor, ajudando os irmãos e irmãs.

Hoje, na solenidade da Assunção de Maria ao céu, a Igreja lembra que a Mãe de Jesus é modelo para todos os cristãos e, de forma particular, dos que se consagram a Deus na Vida Religiosa. Rezemos por elas e por eles, para que sejam entre nós sinais vivos e confiáveis do amor de Deus e de seu Reino.

Por fim, queridos irmãos e irmãs, faço minhas as palavras do Papa Francisco ditas por ocasião do Ângelus do dia 15 de agosto de 2018: “Rezemos a Maria para que, com a sua materna intercessão, nos ajude a viver o nosso caminho diário na esperança laboriosa de a poder um dia alcançar, com todos os santos e os nossos entes queridos, todos no paraíso. E assim se realiza a profecia de Maria: ‘Todas as gerações me chamarão bem-aventurada’ (Lc 1,48). Pois o Senhor elevou a sua humilde serva”.

Porto Velho, 16 de agosto de 2024

Com minha gratidão e humilde prece,

Dom Roque Paloschi