Irmãos e Irmãs, Graça e Paz!
Neste primeiro domingo de outubro damos início ao Mês Missionário. No entanto, é preciso recordar que a Igreja no Brasil, e fora do Brasil, está celebrando o Ano Jubilar Missionário que tem como tema: A Igreja em estado permanente de missão; e como lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8), ambos escolhidos pelo Papa Francisco como mensagem do Dia Mundial das Missões de 2022.
Mas, o que é mesmo que celebramos neste Ano Jubilar Missionário em nosso país? Entre outros motivos, celebramos:
50 anos de criação do Conselho Missionário Nacional (COMINA);
50 anos das Campanhas Missionárias;
50 anos dos Projetos Igrejas Irmãs; 50 anos do Conselho Missionário Indigenista (CIMI);
50 anos do Documento de Santarém;
60 anos do Centro Cultural Missionário (CCM);
70 anos da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Como veem, o Ano Jubilar Missionário trata-se de um tempo oportuno, um kairós, para elevarmos o nosso coração ao Deus da vida e da misericórdia pela trajetória missionária e profética, percorrida por esses organismos e projetos ao longo da nossa história no Brasil”.
Iluminados pelo Evangelho de hoje, no qual o Senhor nos diz: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda…” (Lc 17,5-10), podemos olhar para o vasto campo de evangelização que temos e nos perguntar como anda a nossa fé e a do nosso povo? E qual a fé que pregamos?
A palavra “fé” que possui vários significados, neste evangelho aparece como sinônimo de coragem, decisão, convicção. Ou seja, Deus nos pede que levemos a vida a sério e com paixão, que busquemos arduamente a verdade e não nos resignemos a uma fé cega e infantilizada. Foi este tipo de fé que Jesus teve e nos comunicou. Ele também não enxergava tudo com clareza, mas teve a coragem de assumir uma postura existencial positiva e criativa diante da escuridão que cerca o mundo e nossas vidas pessoais.
Por isso, “é salutar recordar-se dos primeiros cristãos e de tantos irmãos ao longo da história que se mantiveram transbordantes de alegria, cheios de coragem, incansáveis no anúncio e capazes de uma grande resistência ativa” (EG 263), porque a missão é a alegria que emerge no horizonte do bem viver de todos, da resistência contra uma vida alienada na desigualdade e da esperança da ressurreição.
A Igreja que vive sua natureza missionária é uma Igreja consciente de que a missão é de Deus e nós somos chamados a colaborar com Ele. Assim, com as portas abertas, “todas as Igrejas particulares, todas as Instituições e Associações eclesiais e cada cristão membro da Igreja têm o dever de colaborar para que a mensagem do Senhor se difunda e chegue até os últimos confins da terra” (CMi 1).
Neste dia em que a Igreja também celebra os santos Anjos da Guarda, peçamos a Deus, por intercessão deles a proteção para os missionários e missionárias espalhados pelo mundo inteiro, principalmente, aqueles e aquelas que mais necessitam de proteção. E, peçamos ainda, que nossos Anjos da Guarda nos ajudem a viver nosso chamado missionário no dia a dia de nossas vidas.
Assim seja!
Dom Roque Paloschi
Bispo da Igreja que está em Porto Velho-RO