Porto Velho, quinta, 21 de novembro de 2024

21/06/2024 . Palavra do Bispo

39º SEMANA DO MIGRANTE.

39º SEMANA DO MIGRANTE 

DE 16 A 23 DE JUNHO DE 2024 

Tema: Migração e Casa Comum 

Lema: “Alarga o espaço da tua Tenda” (Is 54,2). 

Queridos irmãos e irmãs, Graça e paz! 

Com esta celebração estamos encerrando a 39º Semana do Migrante que foi e é, para todos nós, uma oportunidade de como Igreja e sociedade, tomarmos consciência de uma realidade que continua provocando a migração forçada de tantos irmãos e irmãs. 

Este ano de 2024 trouxe o tema: Migração e Casa Comum; e o lema: “Alarga o espaço da tua tenda” (Is 54,2) em consonância com o Sínodo sobre a Sinodalidade, reforçando o convite para a vivência da fraternidade universal que rompe as barreiras que impedem a solidariedade e a integração daqueles que buscam uma nova oportunidade para recomeçar. 

Não podemos ser indiferentes ao sofrimento desses irmãos e irmãs exilados de suas pátrias e afastados de seus entes queridos. Não podemos nos comportar como se não tivéssemos nada com isso, pois, entre as causas da migração forçada estão a falta do cuidado com a Casa Comum, a violência, a guerra e as políticas que geram exclusões agravando a situação, sobretudo dos mais pobres. E, a verdade é que, gostemos ou não, de forma direta ou indireta, todos nós colaboramos com essa situação, pois estamos todos conectados. 

No entanto, como já sabemos, a corda se rompe sempre do lado dos mais fracos: os pobres e excluídos são as principais vítimas da devastação dos biomas e florestas, da desertificação do solo, da contaminação do ar e das águas, do aquecimento global provocada pela ação humana que resulta em

catástrofes climáticas, como a que estamos acompanhando no Rio Grande do Sul e em tantos outros países, sem falar numa realidade muito ligada à migração que é o enfrentamento ao tráfico de pessoas. 

Não estamos falando de uma realidade distante de nós. A mudança climática atingiu fortemente o nosso estado, e é importante lembrar que o clima da Amazônia afeta não só o Brasil inteiro, como toda a América Latina e o mundo. É por isso que é necessário olhar com cuidado para essa questão do meio ambiente, olhar para recompor aquilo que de fato foi essa terra, hoje cada vez mais enfraquecida com as queimadas. 

Diante dessa realidade crescente, precisamos abrir os nossos ouvidos para escutar com o coração o apelo que Deus nos faz por meio das palavras do profeta Isaías: “Alarga o espaço da tua tenda” (Is 54,2). No contexto da época do profeta tratava-se de uma promessa de Deus aos filhos de Israel de que eles cresceriam tanto que seria necessário alargar os espaços das tendas para caber todos. 

Hoje, em nosso contexto, mais do que uma promessa é um apelo que o próprio Deus faz a cada um de nós para sairmos do nosso egoísmo e abrirmos o nosso coração. Inspirados no chamado do Papa Francisco, possamos preparar a nossa Casa Comum, as nossas cidades, o nosso país para acolher todos os seres humanos e para todas as formas de vida; um lugar onde todos e todas encontrem espaço para ser e viver em paz e harmonia. 

Meus irmãos e irmãs, lembremos que também nós somos migrantes. Quantos de nós podemos dizer que nascemos nestas terras? Todos os que chegaram aqui trouxeram a sua cultura, o seu jeito de ser, a sua história, e cada um trouxe um pouquinho mais de enriquecimento a nossa sociedade, a visão do mundo, a culinária. 

Na verdade, como diz a canção de pe. Zezinho, somos todos “cidadãos do infinito”. Estamos todos de passagem, mas, enquanto

peregrinamos neste mundo, busquemos descobrir a riqueza da diversidade presente nas pessoas, nas culturas, nas religiões e, assim, construirmos um mundo mais fraterno de justiça e paz. 

Celebrar a Semana do Migrante também é uma forma de resistência diante do crescimento da extrema direita, que impulsionam a divisão, que faz com que os migrantes sofram com o preconceito e a discriminação, com o racismo e a xenofobia. 

“Diante disso, a Pastoral do Migrante faz um chamado a ver o migrante não como perigo ou ameaça e sim como oportunidade de encontro, de diálogo e de solidariedade. Um chamado a não criar guetos e sim comunidades, e assim alargar o espaço de nossa tenda em direção à amizade social com todos os povos e nações, como caminho para construir em bases firmes e sólidas a nossa casa comum”. 

Lembremos sempre: tudo está interligado! Somos todos irmãos e irmãs, por isso, vamos alargar a tenda do nosso coração para acolher, para proteger, para cuidar. 

Peçamos a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, que fizeram a experiência de ter que fugir de sua terra para sobreviver, que o nosso coração, a nossa família, a nossa comunidade, a nossa Igreja e a sociedade possam sempre alargar a tenda como sinal de acolhida, porque todos nós somos família de Deus. 

Que a Sagrada Família abençoe, proteja e cuide de todos os migrantes. 

Dom Roque Paloschi 

Arcebispo de Porto Velho

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