Porto Velho, domingo, 22 de dezembro de 2024

23/07/2022 . Notícias da Arquidiocese

Mensagem de Dom Roque Paloschi no Lançamento do Livro de Cantos da Arquidiocese

Na noite desta sexta-feira (22), aconteceu o lançamento do livro de cantos da Arquidiocese de Porto Velho com a presença do Ir. Fernando Benedito Vieira – Assessor de Música e Canto da CNBB.

Na ocasião, o arcebispo, Dom Roque Palsochi, destacou a importância dos cânticos populares religiosos. “Na liturgia, o canto possibilita a participação pessoal e comunitária dos fiéis, cria comunhão e gera comunidade, favorecendo a unidade da assembleia celebrante e a sintonia das pessoas com o mistério celebrado. Por isso é que se diz que não se canta na liturgia, mas se canta a liturgia.”

Veja a mensagem na íntegra:

 

LANÇAMENTO DO LIVRO DE CANTOS DA ARQUIDIOCESE DE PORTO VELHO-RO

 

Irmãos e irmãs, Graça e paz!

 

É uma alegria podermos nos reunir aqui para este momento importante em nossa caminhada litúrgico-pastoral, que é o lançamento do Livro de Cantos da Diocese de Porto Velho.

A Constituição Sacrosanctum Concilium, afirma que: “Os cânticos populares religiosos devem ser cultivados, de modo que nas manifestações de piedade, e mesmo nas ações litúrgicas, de acordo com as normas e exigências rituais, se possa ouvir a voz do povo”[1].

Também, no Doc. da CNBB sobre a Pastoral da música litúrgica no Brasil, encontramos a seguinte frase: “O canto é uma das expressões mais profundas e autênticas da liturgia”[2].

Na dimensão antropológica, o canto e a música marcam nossos momentos celebrativos, sejam eles de alegria ou de dor. E, todos nós sabemos que a música é uma maneira de rezar, com força suficiente para envolver a todos num mesmo sentir, abrindo-nos à comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs; e é por isso que ela é parte integrante de toda celebração, como nos ensina o pensamento conciliar da Igreja.

Na liturgia, o canto não é algo secundário. Não se canta por cantar, nem para encher espaços vazios na celebração. Também não se canta por ser o canto bonito, nem para tornar a celebração mais agradável. Na liturgia, o canto possibilita a participação pessoal e comunitária dos fiéis, cria comunhão e gera comunidade, favorecendo a unidade da assembleia celebrante e a sintonia das pessoas com o mistério celebrado. Por isso é que se diz que não se canta na liturgia, mas se canta a liturgia.

Santo Agostinho, que foi um dos grandes incentivadores do canto nos primeiros séculos da Igreja, tem uma frase que diz: “Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos”. É muito comprometedora essa frase, vocês não acham? Faz-nos perguntar se aquilo que cantamos é coerente com a fé que professamos. E é pensando nisso que encontramos razões mais que suficientes para elaborar um livro de cantos com canções litúrgico-pastorais para o povo de Deus.

Desejamos com este hinário, poder colaborar um pouco mais com aquilo que nos pede o Concílio Vaticano II: promover a participação ativa, plena e consciente de todo o povo nas celebrações, pois, é todo o povo que deve cantar, aclamar e responder (SC, n. 30).

Dizem os entendidos de música que, quem canta sai de seu isolamento interior e se coloca em atitude de escuta e de comunicação, renunciando a seu próprio tom de voz e ao próprio ritmo em favor da unidade do canto. Então, podemos afirmar que cantar em comum é um exercício de sinodalidade.

Por fim, como diz o ditado popular: “Quem canta os males espanta”, faço votos de que este Livro de Cantos possa nos ajudar a espantar toda forma de isolamento, divisão ou separação. Que ele sirva, não apenas para sintonizar nossas vozes, mas também para unir os corações, expressando a mesma fé e fortalecendo a fraternidade e o amor.

[1] Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, n. 112, p. 169.

[2] Cf. Pastoral da música litúrgica no Brasil. Documento da CNBB, n. 7. 2ª ed., São Paulo, Paulinas, 2000, n. 2.1.1, pp. 18-19.

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