Entrevista com o Padre José Rodrigues da Silva Filho – Ariquemes/RO, sacerdote diocesano que regressou a Porto Velho em 28 de setembro. Em uma entrevista ele compartilha conosco suas experiências.
Engracei na casa vocacional Dom Helder Câmara no dia vinte de fevereiro de 2009, onde conclui o meu estudo médio e fiz o propedêutico. O porquê entrei no Seminário? Para responder ao chamado de Deus em minha vida e ser padre diocesano.
Em dezembro de 2010 prestei o vestibular na Faculdade Católica de Rondônia e foi aprovado. Então, em fevereiro de 2011 iniciei o curso de Licenciatura em Filosofia e em dezembro de 2013 conclui a minha primeira graduação. De 2014 a 2017 Cursei o bacharelado de Teologia Eclesiástica no Instituto Seminário Maior São João XXII.
No dia 23 de junho de 2018 na Paróquia Cristo Rei em Ariquemes fui ordenado Diácono e no dia 03 de novembro deste mesmo ano foi ordenado Presbítero na Escola Bartolomeu no Município de Vale do Anari.
A vocação conforme é do conhecimento de todos é um dom de Deus que em seu infinito amor espera que na liberdade o ser humano cada qual segundo sua condição responda a este chamado. Na verdade, a finalidade do chamado é para sermos santos e as vocações são meios específicos para esta finalidade. No meu casso, sinto-me chamado a viver a santidade batismal no serviço e ministério da ordem, ou seja, na vida sacerdotal.
Eu estava como Pároco na paróquia Sagrado Coração de Jesus no Município de Vale do Anari, Paróquia esta que criamos no dia 10 de fevereiro de 2019. De onde, então, Dom Roque me designou para ir estudar teologia bíblica na PUC-RIO.
A PUC-RIO é a única Pontifica Universidade Católica no Brasil com o curso de teologia, exegese bíblica em extensão com a Gregoriana de Roma. Fui para o Rio de Janeiro no dia 08 de fevereiro de 2021, onde estudei grego e hebraico avançado I e II e cursei o Mestrado em Teologia Bíblica.
Retornei para Porto Velho no dia 28 de setembro de 2023. Me sinto feliz por haver cumprido com sucesso a missão que me foi atribuída, como sabemos o curso de Teologia Bíblica é seleto e difícil, mas com muito comprometimento e dedicação correspondemos as expectativas da Igreja de Porto Velho, que me enviou para esta finalidade. É gratificante saber que não enganei aqueles que depositaram sua confiança em mim. O sentimento é de realização por atingir ao objetivo, ou seja, corresponder às expectativas daqueles que acreditaram em meu potencial. Essa alegria, no entanto, é resultado de um árduo comprometimento a essa missão. É uma sensação de missão cumprida e de ser alguém capaz de honrar a confiança que me foi depositada. Portanto, o meu sentimento que me preenche é de alegria, pois estou em minha casa, terra, além de ter cumprido com sucesso a missão confiada a mim.
O curso de exegese bíblica tem um grau maior de exigência se comparado com os demais cursos, pois para compreender plenamente os significados e nuances dos textos originais, é necessário ter conhecimento das línguas semitas, como o hebraico e o aramaico, sabendo que também que o grego é importante para os dois testamentos, mas de modo especial para o novo, pois o Novo Testamento foi escrito nessa língua. É bom conhecer um pouco do latim, visto que a primeira tradução da Bíblia foi para esta língua, a chamada: Sagra Vulgata de São Jerônimo. Além disso, o estudo acadêmico da teologia envolve uma busca constante por conhecimento e uma análise aprofundada das questões filosóficas, éticas e teológicas presentes na Bíblia. Isso requer habilidades de pesquisa, análise crítica e argumentação. Portanto, o curso de teologia/exegese bíblica pode ser considerado mais exigente em relação a outros cursos devido à sua ênfase no estudo avançado das línguas semitas e às complexidades da interpretação teológica.
Tema: Gálatas 3,1-29: Abraão, justificado pela fé e não pelas obras da lei.
Escolhi este tema para evidenciar melhor que a fé e a graça são anteriores e mais importante que à lei e às obras humanas, e que pela fé em Jesus Cristo todos são filhos de Abraão. Na compreensão de Paulo, o homem, a exemplo do patriarca Abraão, é justificado pela fé em Cristo Jesus (Gl 3,11). Visto que, a vida nova, o dom do Espírito e a liberdade não se alcançam mediante às obras da lei (Gl 3,2-3.5).
Para demonstrar que Deus justifica mediante e fé e não mediante a circuncisão e demais obras de lei, Paulo toma o exemplo e figura de Abraão, aquele que acreditou e que teve sua fé creditada como justiça (Gn 15,6), advinda 430 anos antes da lei Mosaica (Gl 3,17), e também anterior ao rito da circuncisão (Gn 17,4-14), visto que a vocação, as promessas e a justificação acontecem antes da circuncisão do patriarca (Gn 12,1-9; 15,6).
Portanto, após discorremos sobre a temática que se apresenta em Gl 3,1-29 acerca da justificação de Abraão pela fé e não pelas obras da lei, constatamos que Abraão foi um homem de fé exemplar e de obediência a Deus, sendo, de fato, herdeiro e portador da promessa divina. Ele é o primeiro patriarca de Israel, não só na ordem cronológica, mas também em importância. Abraão é um homem sábio, protótipo e arquétipo da fé monoteísta, agraciado com a amizade de Deus e reconhecido como tal pelos judeus, cristãos e muçulmanos.
Uma sensação de alegria e gratidão a todos as pessoas envolvidas nesta dinâmica, desde o Arcebispo Dom Roque, os Padres e leigos da Arquidiocese de Porto Velho que acreditaram em mim, o Cardeal Dom Orani Tempesta e os Padres da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro que nos acolheram, os professores e alunos da PUC-RIO. A defesa de uma Dissertação ou tese é sempre um coroar e explicitar um trabalho, uma pesquisa e uma oportunidade de partilhar também com os demais as novidades que encontramos em nosso aprofundamento em uma ária do saber