Porto Velho, sexta, 29 de março de 2024

08/10/2022 . Palavra do Bispo

28º Domingo do Tempo Comum Mês Missionário

Irmãos e Irmãs, Graça e Paz!

 

A liturgia deste 28º Domingo do Tempo Comum do Mês Missionário nos ajuda a refletir sobre a responsabilidade de cada cristão discípulo-missionário do Senhor. A primeira leitura narra o encontro de Naamã com o profeta Eliseu (2Rs 5,14-17). Este encontro exige de Naamã confiança naquilo que é pequeno e simples para ficar curado, e essa atitude o leva a uma experiência de fé no Deus único. Na segunda leitura, o Apóstolo Paulo nos recorda que a Palavra de Deus não está algemada, e “se com Cristo ficarmos firmes, com ele reinaremos” (2Tm 2,8-13). E o Evangelho nos mostra aquela interessante passagem em que dez leprosos vão até Jesus e lhe pedem: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17,11-19).

Jesus manda que os dez leprosos se apresentem ao sacerdote e, estando a caminho eles ficam curados. Um deles, percebendo a graça que recebeu, volta, se joga aos pés de Jesus e agradece. E o evangelista Lucas faz questão de destacar que este era um samaritano. Nós já sabemos por outras passagens bíblicas a rixa entre judeus e samaritanos. Para os judeus, o povo samaritano além de inimigo, era impuro e idólatra. Por isso, sempre que os evangelhos dão ênfase aos samaritanos em contraposição aos judeus, é uma crítica muito forte, como, por exemplo, na parábola do bom samaritano, da Samaritana, ou como o leproso curado de coração agradecido que vimos.

A partir desses textos bíblicos, podemos nos perguntar que luzes a liturgia deste dia lança sobre o mês missionário? Acredito que um primeiro ponto de luz é sobre como nós, cristãos, vivemos a dimensão da fraternidade. Será que, às vezes, não estamos demasiados convencidos de que só “os de dentro”, os da comunidade, os católicos ou os da minha paróquia, do meu movimento, aqueles que pensam como eu… são os mais “santos”? Jesus, com seus atos e palavras nos mostra que fora de nossas bolhas, também de nossas igrejas, existem pessoas boas e santas, quem sabe até melhores do que eu e você.

É exatamente isso que nos mostra o evangelho de hoje ao colocar um samaritano como exemplo. Ele é justamente alguém que veio de fora, desprezado e excluído, o único que soube reconhecer o dom recebido de Deus, dando uma lição de humildade e fé a quem não soube agradecer. Sua atitude ensina que a fé autenticamente vivida quebra a indiferença em relação aos que sofrem e inquieta consciências diante de situações de injustiça. Dessa forma, cada missionário e missionária ajuda a mudar o mundo, pois os discípulos de Cristo são convocados a viver no horizonte do amor de Deus que não tem fronteiras ou barreiras.

A natureza missionária da Igreja nos convoca a viver a dimensão da comunhão e do serviço de forma solidária, incondicional e alegre, “expressando o dinamismo missionário que brota de Deus Trindade e se expande, se comunica, sai de si e transborda sem fronteiras, pois o amor de Deus é um impulso gratuito, de dentro para fora” (DAp 348).

Como nos diz o Papa Francisco, “O Evangelho convida-nos sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com os seus sofrimentos e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado” (EG 88). Só assim a Igreja será coerente com seu mandato missionário, e só assim será relevante para o mundo.

Peçamos ao Pai, por meio do Filho, na Força do Espírito Santo para que os “leprosos” de todos os tempos sejam curados e integrados na comunidade, na Igreja, na sociedade. Peçamos para que sejam derrubadas todas as barreiras e fronteiras que nos separam e dividem, para que possamos construir um mundo de irmãos e irmãs. Peçamos a graça de assumirmos o nosso compromisso missionário de sermos testemunhas convictas e coerentes com o Evangelho, para que o mundo tenha vida.

Com minhas bênçãos,

 

Dom Roque Paloschi

Bispo da Igreja que está em Porto Velho-RO

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