Porto Velho, domingo, 05 de maio de 2024

30/03/2024 . Palavra do Bispo

Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo

Porto Velho, 31 de Março de 2024

Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo

Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

(Sl 117,24)

 

Irmãos e Irmãs, Cristo Ressuscitou!

Aleluia, aleluia!

Estamos na Páscoa, celebrando a ressurreição de Jesus e tentando perceber todo o alcance desse grande acontecimento. A ressurreição de Cristo é a prova de que a morte não pode prender quem aceita fazer da própria vida um dom de amor. Porque é do amor que nasce a Vida em abundância, a Vida verdadeira, a Vida plena.

Jesus Cristo nos deu o exemplo: “Ele passou pelo mundo fazendo o bem e libertando todos os que eram oprimidos” (At 10,38); por amor, fez da sua vida um dom total a Deus e à humanidade. Por isso, Deus o ressuscitou!

A vida nova e plena que a ressurreição significa é o ponto de chegada de uma existência posta à serviço do projeto de salvação de Deus. Este é o caminho que Jesus percorreu e que hoje cabe a nós, seus discípulos e discípulas, testemunhar e anunciar a todas as criaturas.

A Páscoa nos diz que, unidos pelo batismo ao Cristo ressuscitado, morremos para o pecado e nascemos para a Vida nova, para, ao longo de nossa caminhada pelo mundo, testemunhar essa Vida através de nossos gestos de amor, de serviço a Deus e aos irmãos e irmãs. Assim é a comunidade que nasce do Crucificado-Ressuscitado e que continua a viver Dele e Nele. Essa Nova Comunidade, animada pelo Espírito que lhe foi enviado, abre suas portas, e torna-se Igreja em saída, Igreja Samaritana, Igreja Sinodal.

Esta nova Igreja-Comunidade, Povo de Deus, Assembleia dos chamados, nascida da ação criadora e vivificadora do Messias, está disposta a embarcar com Jesus na lógica do amor e do dom da vida, assim como fez Maria Madalena, a testemunha do Amor que não morre, que correu ao encontro do Senhor vencendo seus medos, dúvidas e preconceitos, para descobrir que Jesus está vivo no meio de nós!

Irmãos e irmãs, a Páscoa nos diz também, que a morte e ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta por amor. Isto significa que sempre que alguém se esforça para vencer o egoísmo, a mentira, a injustiça e para fazer triunfar o amor neste mundo, enfrentará a cruz. No entanto, Jesus nos diz que NUNCA estaremos só! Sua ressurreição nos dá a certeza de que o medo, a morte, o sofrimento e a injustiça deixam de ter poder sobre a pessoa que ama, e que os poderes do mundo não a podem destruir.

Seus discípulos e discípulas podem, assim, enfrentar o mundo com a serenidade que lhes vêm da fé, pois, a ressurreição de Jesus é a resposta de que Deus não permitiu que o mal vencesse, nem que a violência, a injustiça, a maldade e a morte tivessem a última palavra. Deus não aceitou que o mundo ficasse refém daqueles que queriam continuar a viver na escuridão.

Ao ressuscitar Jesus, Deus faz ressoar no mundo a certeza de que o caminho do amor, do serviço e do perdão que se dá aos irmãos até às últimas consequências, é o caminho que leva à Vida. Talvez esse caminho nos deixe cheios de feridas e cicatrizes; mas serão feridas e cicatrizes que Deus curará. Portanto, o verdadeiro discípulo e discípula entende bem a proposta do Mestre e está disposto (a) a segui-lo, porque sabe que a forma como Ele viveu e amou não podia terminar no túmulo, no fracasso, no nada.

É verdade que nós não vimos o sepulcro vazio, nem os panos dobrados, nem os anjos; mas, também é verdade que sempre que alguém se dá aos outros e manifesta, em gestos concretos a sua entrega aos irmãos, podemos fazer a experiência do Senhor ressuscitado, que está vivo e caminha ao nosso lado nos caminhos da história, porque aprendemos com Ele a amar com radicalidade.

Desta forma, podemos afirmar com esperança que, tendo percorrido o caminho quaresmal, vivido profundamente a Semana Santa, chegamos à Páscoa do Senhor, tempo propício para nos perguntarmos se a nossa vida tem sido uma caminhada coerente com essa dinâmica de Vida Nova que começou no dia em que fomos batizados. Se nos esforçamos, realmente, para nos despojarmos do “homem velho” e nos revestirmos do “Homem Novo”, que se identifica com Cristo e que vive no amor, no serviço, na doação ao próximo.

Sabemos que o anúncio da Páscoa não apaga a crise social e econômica que atinge principalmente os mais pobres; não põe fim às guerras absurdas que destroem tantas vidas; não muda a realidade crescente do desemprego; nem põe fim ao número vergonhoso de feminicídio; tão pouco, reverte a destruição do meio ambiente e tantos outros sinais de morte. Mas, com Pedro e João, corramos para retirar as pedras que prendem tantos irmãos e irmãs nos túmulos da tristeza, da dor, do desespero, da solidão. Com Maria Madalena, a testemunha da Ressurreição, corramos pelo mundo ao encontro do Senhor que se revela nos crucificados de ontem e de hoje, sem nos importar se ainda é escuro (Jo 20,1).

Irmãos e irmãs, a Ressurreição leva-nos, naturalmente, a Jerusalém e à Palestina. Para elas imploramos do Senhor paz e segurança, a fim de que corresponda à sua vocação de ser lugar de encontro onde todos se possam sentir irmãos e onde israelitas e palestinenses encontrem a força do diálogo para alcançar uma solução estável, em que convivam lado a lado dois Estados em paz e prosperidade (Papa Francisco).

Celebrar a ressurreição de Jesus é proclamar a vitória da Vida sobre a morte, do Amor sobre o ódio, da Paz sobre a guerra. Que o Senhor Ressuscitado renove no mundo o dom da esperança. Que o Senhor Ressuscitado possa apaziguar nossas mentes e corações. Que o Senhor Ressuscitado renove em todos nós nossa vocação de irmãos e irmãs.

Feliz e Santa Páscoa!

 

Dom Roque Paloschi

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